quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Vamos ajudar o Estado Português

Ontem, depois de um dia de trabalho igual a tantos outros onde a motivação não é certamente a palavra de ordem, cheguei à porta do prédio e abri a caixa de correio ou para parecer um gajo muito à frente - abri o e-mail analógico. Meti a mão lá dentro e como uma espécie de íman sai agarrado à minha mão um aviso de recepção para levantar uma carta registada na Estação dos Correios de S. Lázaro. O remetente era a Direcção-Geral dos Impostos - Finanças... Medo!!! Muito medo, pois se antigamente se dizia "De Espanha nem bom vento nem bom casamento" actualmente aplico a mesma teoria ao Estado "Das Finanças nem bom pagamento nem boas lembranças". Lá decidi não me preocupar sem ter a carta na mão, pois no dia a seguir ia lavantá-la aos correios e logo teria oportunidade de me preocupar ou não (vai-te iludindo Romeu) e lá entrei no meu aconchegante Rés-do-chão Esquerdo para descalçar as botas e beber um cafézinho.
Hoje de manhãnzinha, daquelas com solinho para aquecer a alma e acalmar o espirito, lá fui levantar a dita carta sempre com a ilusão de que não seria nada de mais (sim... iludo-me muito). Não era nada mais nada menos que a "Liquidação Adicional de Imposto de Selo em Resultado da Avaliação Efectuada" que pedia para pagar 182 €!!!!! Fiquei sem palavras pois ainda em Julho tinhamos pago cerca de 450 € relativo a "Liquidação Adicional Resultante da Avaliação" relativo ao IMT - Imposto Municipal sobre as TRansmissões Onerosas de Imóveis.
Debrucei-me sobre o assunto e cheguei à conclusão que os vendedores de imóveis andam a perder dinheiro, os compradores andam a fazer grandes negócios e as Finanças, porque o Zé Povinho não pode fazer bons negócios, decide arrecadar algum nos seus ostentosos cofres, passo a explicar:
- Comprámos a nossa casinha por 82.500 €, as Finanças avaliaram a casinha num casarão de 105.340,00 € , logo aqui fico com pena dos vendedores imobiliários, que a julgar pela avaliação das finanças não têm lucro quase nenhum, pois venderam-nos a casa baratissíma!!! Ora, as Finanças cobram o imposto de selo numa taxa de 0.8% com base na diferença entre o "pago" e o "avaliado" e chego a outra conclusão... Um dia destes qualquer "barraquinha" vai ser avaliada para cima de 500.000,00 € pois é bom que a diferença entre o pago e o avaliado seja bem grande, todos temos que ajudar o Estado Português!!!
O Gajo do rés do chão esquerdo

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